Saturday, June 30, 2007

Ponto zero

desde que partiu, o dia ganhou
cinco horas e o corredor cor-de-
vinho é estreito, mal cabe nas escadas
espiraladas que
em seqüência
definem o tubo de dias
para chegar.
o que restou foi
uma cidade dobrada a partir do
chão:
no alto caminha em linha
reta. embaixo só lhe resta
desviar de tudo (sabe apenas que precisa
chegar ao point zero, de onde são
medidas as distâncias, onde
tudo começa, mas nunca encontra
a marca, tudo se dissolve quando
se aproxima)
– queria que estivesse aqui
não diz porque dizer é um
deserto aberto sobre a
mala. queria que
pudesse ser real mas não é. tudo
no lugar de sempre, quase assim
tão objetivo.

Marília Garcia

1 Comments:

Blogger Pesa-Nervos said...

um poema da marília, excelente!!!
beijo carol, saudade mesmo!!!

7:07 PM  

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